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quarta-feira, 16 de março de 2011

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Impacto do terremoto no PIB do Japão deverá ser de 3%, diz Credit Suisse
SÃO PAULO – A equipe de análise do Credit Suisse acredita que o impacto total dos desastres no Japão deverá ser de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) do país – tanto direta quanto indiretamente - podendo se estender para 1% adicional do PIB estimado para o primeiro trimestre de 2011, isto considerando um cenário pessimista. Levando em conta que a economia japonesa é a terceira maior do mundo e representa 6% do produto mundial, a queda de 3% do PIB do país significaria uma contribuição negativa em 0,2% no PIB global, cuja estimativa de expansão em 2011 está na casa de 4,5%.

O banco de investimentos diz que partindo de uma perspectiva macroeconômica, este cenário tem influências importantes no arranjo global, podendo repercutir negativamente no crescimento do desemprego dos EUA, trazer pressões inflacionárias para a China e para os preços do petróleo - já que no Japão há excesso de capacidade entre 4 e 5 milhões de barris diários - e também influenciar nas negociações em andamento na Europa para resolução de seus problemas de cunho fiscal.

O Credit Suisse explora ainda o fato de o Japão ocupar posição de liderança em diversos setores estratégicos, a maioria deles ligados à tecnologia.

Estímulos

A equipe acredita que as políticas de resposta ao terremoto serão muito melhores do que aquelas vistas na época do terremoto de Kobe, em 1995, que teve impacto de 6% no PIB do país. O governo deverá lançar um pacote fiscal de grande representatividade, para promover e manter a liquidez no mercado, além de também tentar impedir a apreciação do iene, que havia valorizado em 22% após o terremoto de Kobe.

Energia

Um quarto da energia japonesa provém de bases nucleares, e o setor sofre com a interrupção das atividades de várias usinas nucleares. A empresa responsável pelo suprimento da área de Tóquio calcula que 12 gigawatts foram perdidos, o que representa 18% de toda a eletricidade nesta região. Todavia, há uma reserva de 12,4 gigawatts nas usinas térmicas, o que deve compensar as perdas.

A equipe de análise também calcula que outros 4,4 gigawatts de energia podem ser ganhos com fontes hidrelétricas e retomando o uso de linhas de transmissão perdidas.

A situação da usina de Fukushima Daiichi preocupa, dado que o incidente já alcançou o nível 4 da escala internacional, que vai de 1 a 7. Apenas o desastre de Chernobyl, que alcançou o nível máximo, e o incidente de Three Mile Island, que alcançou nota 5, haviam superado esse acontecimento. Todavia, a agência de segurança nuclear francesa anunciou que a situação deveria ser classificada no nível 5 ou 6.

Setor de tecnologia sofre

Os impactos deverão ser piores no setor de tecnologia, onde o Japão tem forte influência. De acordo com a equipe, o Japão participa de mais de 70% da movimentação global de equipamentos como sistemas de navegação para carros, capacitadores de alumínio, materiais de eletrodos e games.

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