Um advogado da cidade de Cascavel (PR) entrou na justiça pedindo indenização para o Banco Bradesco por ficar 38 minutos na fila de atendimento. Para sua surpresa o juiz Rosaldo Elias Pacagnan, do 1º Juizado Especial Cível da Comarca de Cascavel usou o versículo de Eclesiastes para negar o pedido.
“Tudo tem seu tempo determinado”, citou o juiz que acrescentou ao texto bíblico o dizer “Há tempo de ficar na fila, conforme-se com isso”. O juiz entendeu que o cliente estava exigindo algo que não tinha direito.
“O dano moral não está posto para ser parametrizado pelos dengosos ou hipersensíveis”, disse Pacagnan que ainda afirmou que qualquer ser humano com capacidade de sentir emoção “conseguirá perceber que não estamos diante de mero dissabor do cotidiano”.
O magistrado ainda usou um personagem de histórias em quadrinhos em sua sentença dizendo que apenas o Astronauta, personagem de Maurício de Souza anda com uma redoma de vidro e não pega fila “pois vive mais no espaço sideral do que na Terra”, sentenciou.
“Nem tudo por ser na hora, pra já, imediatamente, tampouco em cinco ou dez minutos. Nem aqui, nem na China”, escreveu o juiz que entende que as filas nos bancos são indesejáveis, mas toleráveis e fazem parte do cotidiano.
O advogado entrou com pedido de indenização se baseando na Lei Estadual 13.400/2001 que estabelece no Paraná o limite máximo de 20 minutos para o atendimento em agências bancárias. “Apesar de ser um bom juiz, que dá sentenças bem fundamentadas, desta vez ele não foi feliz”, disse o autor do processo, o advogado Éden Osmar da Rocha Junior que vai recorrer da sentença.
Com informações Folha.com
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